(N. do tradutor: "Vóvotchka" é o diminutivo afetuoso de
"Vova" que por sua vez é o diminutivo do nome "Vladimir". No Brasil
temos casos análogos como, por exemplo: "José" virou "Zé" que, por
sua vez, virou "Zezinho". "Vóvotchka" |
-- Papai, me compra uma metralhadora de verdade! -- Uma metralhadora? Você endoidou? -- Não endoidei não, papai. Me compra uma metralhadora de verdade! -- Pára de falar besteira, senão me zango! Então, o Vovotchka, começa a bater os pés no chão e a uivar. O pai dá um safanão no filho. -- Chega! E, além do mais, quem é que manda por aqui? -- É você, pai. -- responde o Vóvotchka, choramingando. -- Mas se eu tivesse uma metralhadora de verdade...
Vóvotchka volta da escola e diz pro pai: -- Paiê, a diretora mandou você vir até a escola, Ela quer conversar. -- E por que? -- Só porque eu estourei uma bombinha no recreio. -- Se for só por causa disso, não vou! -- É isso aí, paizão! Além do mais, o bombeiro disse que é perigoso andar no meio dos escombros!
-- Vóvotchka, por que está chorando? -- É que a mamãe disse pro papai que ele é um bode e o papai respondeu que ela é uma vaca. -- E daí? -- Então, quem sou eu?
-- Papai, de onde vem os elefantinhos? -- Veja bem, Vóvotchka... -- Só não me venha com a história da cegonha! A cegonha nem consegue levantá-los!
Vóvotchka: -- Mãe, hoje a diretora da escola perguntou se eu tinha irmãos ou irmãs. Eu respondi que sou filho único. -- E o que ela disse? -- Ela disse: "Graças a Deus!"
Na aula de ciências, a professora pergunta: -- Quem sabe, por que as cegonhas no inverno voam para a África? Vóvotchka levanta a mão: -- É lógico. Os negros também querem ter filhos!
O professor de música diz para o Vóvotchka: -- Este é o meu último aviso. Se não se comportar direito, vou dizer para os seus pais que você tem talento.
A diretora da escola dirige-se ao pai do Vovotchka: -- Sr. Aleksey, o sr. admite castigos corporais no processo de educação? -- Se a Sra. está se referindo ao meu Vóvotchka, então explico. Bato nele em defesa própria!
(N. do trad.: Na guerra civil da revolução soviética entre os "vermelhos" e os "brancos", Tchapaev foi um destacado combatente vermelho, apelidado de "Tchapaev-heroi". Após a "perestroika", o ensino de História na Rússia mudou e este personagem e muitos outros caíram no esquecimento). Nos anos 90 a professora pergunta ao Vóvotchka: -- Quem foi Tchapaev? Ele pensa um pouco e responde: -- Tchapaev foi um legendário guerreiro africano! -- E por que você acha isso? -- É que ele sempre combateu os brancos!
Anos 50. No jardim de infância, a professora diz para as crianças: -- Na União Soviética as pessoas se alimentam muito bem e vestem roupas muito bonitas. Na União Soviética as pessoas vivem em maravilhosas residências. Todas as crianças da União Soviética tem muitos e lindos brinquedos... O Vóvotchka desanda a chorar: -- Eu quero... eu quero... eu quero ir para a União Soviética!...
Vóvotchka tenta explicar para o pai furioso a nota baixa em aritmética: -- O professor perguntou quanto é duas vezes três. Eu respondi - seis. Então ele perguntou quanto é três vezes dois... -- Mas, não é a mesma merda? -- Foi o que eu respondi.
Anos 50. Na rua o policial tenta acalmar o Vóvotchka que se perdeu dos pais: -- Não chore, garoto. Agora mesmo vamos anunciar o seu nome pelo rádio e os seus pais virão buscá-lo. -- Se quiserem que eles ouçam a mensagem, precisarão transmiti-la pela BBC de Londres!
-- Vóvotchka, por que o expulsaram da classe? -- Porque sou o inimigo da classe!
Vóvotchka fazendo lição de casa lê um trecho das Fábulas de Krylov: "Um dia, Deus enviou um pedaço de queijo a um corvo". -- Paiê! Deus existe? -- Mas que bobinho! E o queijo -- existe? Não tá vendo que isto é só uma fábula? ------------------------------------------------- |