ARQUIVOS  SECRETOS

 Este ano vamos comemorar o Dia da Astronáutica de uma forma diferente. Diríamos – pelo "outro lado". Para nós, terráqueos, a astronáutica é um negócio relativamente novo. Pode ser que para os "habitantes de outros planetas" esta ciência aparentemente seja uma coisa banal e há muito tempo dominada... 

Na semana passada em San Marino encerrou-se o VI Simpósio Mundial sobre OVNIs – o único congresso ufológico do mundo realizado a nível governamental e com participação de autoridades oficiais. Neste congresso tomou-se a decisão de pleitear junto à Assembléia Geral da ONU o reinicio dos debates internacionais sobre os "discos voadores", interrompidos desde 1977.

-- Não importa o que digam, mas eu acredito em "discos voadores". Creio mesmo!

-- Pois creia quanto quiser! No nosso país professamos a liberdade de credos...

(uma antiga piada soviética)

Certa vez, um psicólogo, pessoa muito séria, me explicou que pode-se verificar o estado psíquico de cidadãos com o teste do "disco voador". Se o cliente acredita em "discos", então ele deixa de ser "cliente" e passa à categoria de "paciente". Em resposta, sorri gentilmente. Seria estúpido discutir porque se, por um lado, me considero uma pessoa bastante racional e de idéias claras, por outro lado, eu próprio vi um OVNI... E mais ainda. Entre os meus conhecidos outras três pessoas viram "pratos voadores". Enquanto isso, ninguém até hoje viu um relâmpago esférico. Apesar disso, os cientistas não tem dúvidas quanto à existência de relâmpagos esféricos e, surpreendentemente, remetem os "discos" à categoria de crendices.

Pois bem, vou contar-lhes a minha história... Dez anos atrás, numa noite na cidade de Sochi, olhei para o céu. Olhei por olhar. De repente, vi duas luzes brancas presas a algo, voando silenciosamente ao longo da praia, com as estrelas brilhando ao fundo. Um segundo após, as luzes apagaram-se. Pois é, somente um segundo... Aquilo não era um avião. Isto porque o avião possui luzes piscantes e vermelhas. E, os aviões não apagam as luzes de bordo no meio da noite assim, de repente. Ainda mais numa região de fronteira. E também não voam em silêncio. Até hoje não sei que objeto voava por lá. Por isso que é chamado de "não identificado". Concordo que foi um avistamento ridículo...

Entretanto, houve um outro avistamento – aconteceu com minha mãe na região de Tambov, antes da guerra. Na época ela era ainda uma garotinha e ia dar um mergulho na lagoa quando viu um objeto retangular que voava emitindo uma luz branca e deixando atrás de si uma cauda de vermelho cor de fogo. A menina se assustou e baixou os olhos para não ver aquela coisa terrível. O que poderíamos dizer sobre isso? Naquele tempo ainda não existiam foguetes (ainda mais, na região de Tambov). Também não poderia ser um meteorito, porque voava para cima e não para baixo... Bem, leitores, vejo que ainda não os convenci. Então leiam mais adiante, que este artigo é para vocês, incrédulos chatos...

 

REFERÊNCIAS A DISCOS VOADORES NOS ARQUIVOS

Stalin achava que os OVNIS não ameaçavam

a construção do socialismo.

 

OVNIS e KGB

Aquele era um grande envelope azul com uma etiqueta preta: "Comitê de Segurança Nacional da URSS". Num canto do envelope, um carimbo: "Não secreto. Restrito ao endereçado". Levantei-o. Pesava, no mínimo, meio quilo.

Eu estava sentado na sala de espera do luxuoso gabinete de uma grande autoridade. O envelope azul era endereçado para esta autoridade, que tinha uma certa relação com o programa espacial. Fui visitá-lo por motivos jornalísticos. De repente, lá estava eu – numa confortável sala, a sós com o envelope. Ele continha 124 páginas e uma carta explicativa. A carta dizia que a KGB não se ocupa de OVNIs mas recebe informações sobre eles pelo correio (e para quem mais o cidadão soviético poderia enviar queixas sobre coisas que infligiam o cotidiano de sua vida normal, senão aos órgãos competentes?) e perguntava se o "camarada chefe do programa espacial" gostaria de conhecer estas informações. A pasta também continha cópias. Por mais que o severo Comitê afirmasse não se ocupar de "discos", o "camarada chefe do programa espacial" não recebeu os originais. Somente cópias de informações enviadas por diferentes pessoas dos mais diversos recantos do país.

Havia relatórios militares e cartas escritas à mão, desenhos e esquemas. Obviamente havia mais relatórios militares, pois estes chegavam a Moscou através dos seus departamentos especiais. Estes relatórios eram, em sua maioria, da guarda da fronteira.

Nem preciso explicar o meu interesse ao começar a ler tudo aquilo. Entretanto, o entusiasmo arrefeceu rapidamente. Descobri que ler sobre OVNIs é algo muito chato! Logo de cara, folheando os documentos, conclui-se que eles existem. Depois, a cabeça começa a rodar com o volume de números, cifras, dados meteorológicos, direções, nomes, e descrições idênticas de objetos. Os olhos cansam de ver os grossos rabiscos da censura apagando os números que designam as guarnições militares. Até a confusa linguagem dos relatórios deixa de ser divertida...

Não sei porque, guardei na memória a carta da cidade de Vladivostok de um capitão de terceiro grau. Ele descrevia em detalhes a sua pescaria noturna num barco a motor na companhia de um amigo. Subiram rio acima. Na "taiga" nada aconteceu de anormal. De repente, por cima do barco passou voando um disco comum (o que era de se esperar!). O motor do barco, como de costume, "morreu" (meu Deus, que tédio!). O disco ficou suspenso no ar e depois voou para longe. Em seguida, na carta, o capitão preencheu algumas páginas para descrever suas tentativas de fazer funcionar o motor do barco. Exatamente esta descrição detalhada me convenceu da completa lucidez do militar... A "taiga" é um ambiente hostil. Se alguém ficar sem motor, é capaz de não voltar. Por isso, conforme entendi pelo contexto, os pescadores locais levam consigo todas as peças sobressalentes do motor. O capitão regulou a ignição, trocou a bobina, fios de alta tensão, dínamo, velas... lavou o dínamo com gasolina. Mas o motor não pegou. Enquanto isso, o barco estava sendo levado pela correnteza. Então, os homens pegaram nos remos e levaram o barco até uma margem do rio. Felizmente, horas depois, passaram por lá outros pescadores também de barco a motor. Eles cederam ao capitão uma bobina de ignição extra que não tinha sofrido a influência do disco. O motor pegou facilmente. Eles voltaram a Vladivostok e o capitão informou sobre o ocorrido a um departamento especial. Aparentemente, ele achava que uma detalhada descrição técnica do assunto poderia ajudar alguém interessado e tecnicamente competente a desvendar o tipo de influência que os OVNIs exercem sobre a parte elétrica de motores de combustão interna, assunto que já virou parábola bíblica. Mas, infelizmente, no nosso país não se encontrou nenhum interessado...

Aliás, nos círculos ufológicos russos, este envelope com 124 páginas arrancadas das profundezas da KGB é chamado de "pacote azul".

 

Exatamente às 04:10h

Muitos ainda lembram daquela antiga nota no jornal "Trud" que contava como às 04:10h da manhã, um disco voador com forma de um grande pepino, atingiu com um raio a cabine dos pilotos de um avião de carreira Tu-134 que fazia a rota Leningrado - Tbilisi. A nota jornalística daquele tempo provocou um verdadeiro choque na sociedade soviética. Todo o país começou a falar sobre alienígenas, nossos irmãos na razão. Depois, correram boatos que, por causa desta nota, o redator do jornal "Trud" foi demitido. O Partido e Governo consideraram a publicação um "erro político" por ter "agitado as águas calmas" e distraido as pessoas do trabalho.

O alvoroço cessou e ninguém soube do que aconteceu depois com a tripulação do avião atingida pelo raio alienígena. Enquanto isso, o piloto do avião, Gotseridze, morria repentinamente. O boletim médico descreve sintomas parecidos aos provocados por radiações. O destino do segundo piloto, Kabatchnikov, foi mais ameno. Sua saúde piorou de repente, seus pés e mãos deixaram de obedecer, ele foi afastado do serviço mas sobreviveu. Atualmente, Kabatchnikov vive em Israel e prefere não lembrar do ocorrido.

Naquele avião só duas pessoas sofreram. O fortíssimo raio do OVNI, com espessura de cerca de 10 cm passou somente pela cabine do piloto. Conforme descrição de Kabatchnikov, o raio era branco, levemente violeta e faiscante. Atingiu Gotseridze direto no estômago, pegando de raspão no Kabatchnikov. Este sobreviveu, mas Gotseridze morreu, como era de se esperar.

Sobre a existência e o destino de Kabatchnikov eu soube através do meu velho colega de escola – Boris Churinov – uma daquelas raras pessoas que se ocupam de Ufologia sem ser maluco ou malandro. Isto se nota até pelo fato de Churinov falar praticamente todos os idiomas europeus, fato que lhe facilita o trabalho com documentos de diversas procedências.

 

OVNIs e pornografia

Churinov não gosta de ufólogos e chama de pornografia as publicações ufológicas tão comuns nas bancas de jornais.

- 90% daquelas histórias sobre "visitantes" e "discos" são completas mentiras, com as quais pessoas inescrupulosas ganham dinheiro – diz ele com rancor. – Por causa destas pessoas, num recente congresso ufológico nos EUA, a Rússia quase foi considerada como "país proibido". Eles ouviram as "besteiras" dos nossos ufólogos e ficaram decepcionados. Nós ficamos desacreditados... Veja, por exemplo, o jornal "MK-bulevar" onde estão publicadas mentiras sobre objetos que os alienígenas supostamente implantaram nas pessoas e que os cirurgiões retiraram. O jornal "Moskovsky Komsomolets" de Julio Kozlov escreve sobre isto com toda a seriedade. Citam o nome de um certo Derrel Simps e dizem que ele trabalha na CIA. Eu conheço bastante bem este Simps! Em primeiro lugar, ele nunca trabalhou na CIA. Em segundo, este tipo cabeludo passeia pelo mundo com alguns ferrinhos oxidados dizendo serem implantes de alienígenas. Acho isto o fim da picada...

Também existem as pessoas iludidas. Elas acreditam que qualquer coisa é um OVNI – o planeta Vênus, partes de estágios ou gases de foguetes em lançamento. Ou raios laser das discotecas. O reflexo destes raios sobre nuvens provoca por vezes efeitos surpreendentes, que as pessoas de longe podem tomar por OVNIs. Ou então, quando recebo uma fotografia de um OVNI. Levo-a para ser examinada por especialistas em Petrovka e recebo o diagnóstico – é falsa. Uma montagem fotográfica. Que vergonha!

- Então existem fatos verdadeiras de OVNIs?

- Existem. Tenho um negativo de uma foto de OVNI. A conclusão dos especialistas de Petrovka foi: "Os negativos apresentam uma autêntica imagem de um objeto voador não identificado ou um evento anormal, com propriedades e características desconhecidas, sem análogos com quaisquer objetos e eventos de origem terrestre. Estão descartados a fotomontagem, métodos de falsificação e reflexos ocasionais nas lentes".

 

OVNIs e a CIA

-- O Sr. sabia que o "pacote azul" da KGB foi vendido ao Ocidente por 500 marcos alemães? -- pergunta Churinov, de repente. – E não foi só este pacote. Em 1993 um jornal americano publicou um artigo de um tal Brian Gresh, com o título: "Segredos ufológicos soviéticos. Após a queda da União Soviética descobriram-se documentos sobre OVNIs escondidos atrás da Cortina de Ferro". O Sr. lembra quando o nosso país passava por um período de ruína, segredos eram vendidos por cem dólares, postos militares avançados trocavam tanques de guerra por carros "Opel" usados e ninguém se responsabilizava por nada? Naquela confusão, os americanos alugaram um escritório para um dos nossos físicos, Nicolai Kapranov, contratando-o para que fornecesse informações interessantes. Kapranov não os decepcionou trazendo-lhes o coronel Boris Sokolov.

Sokolov trabalhou por 10 anos na operação "Setka" (N. do trad. Setka = rede), também chamada de "Galáctica" e mais tarde -- "Horizonte". Era um centro de recepção de informações sobre OVNIs do Ministério da Defesa. Num período de 10 anos o centro acumulou um enorme arquivo de avistamentos, único no gênero. Quando o "império comunista" desmoronou, Sokolov "privatizou-se" deste arquivo e o vendeu aos americanos.

Eis o que escreve Brian Gresh "Alguns dos documentos secretos que conseguimos trazer da Rússia, confirmam que as pesquisas militares sobre o problema OVNI ainda continuam no país... Tivemos uma entrevista com um militar de alta patente do Ministério da Defesa responsável por estas pesquisas. Concordamos em não divulgar o seu nome, mas podemos dar o nome do tema – "Fio-3". Gresh não indica o nome desta pessoa, Mas eu vou dizer. O linguarudo (um achado para os espiões) é o comandante de um das subdivisões do Quartel General das Forças Armadas da Rússia, o general-major A. Savin.

Em 11 de setembro de 1952 o comando da espionagem científica da CIA entregou ao seu diretor um relatório sobre o problema dos OVNIs. O relatório continha as seguintes linhas:

...c) os objetivos da espionagem são:

  1. Verificar o nível atual dos conhecimentos dos russos sobre estes fenômenos.
  2. Prováveis intenções e possibilidade dos Soviéticos aproveitarem estes fenômenos contra a Defesa dos EUA.
  3. Motivos do silêncio da imprensa soviética sobre os discos voadores."

-- Em 1952? Ainda na época do Stalin? E Stalin sabia sobre os OVNIs?

-- Stalin conhecia o problema. E até consultava-se sobre isto com o Korolev. Existe um famoso relato do prof. V. Burdakov, que na época era ajudante do Korolev.

"Certa vez, Korolev foi convocado ao gabinete do Stalin. Este entregou-lhe uma pasta cheia de papéis. A pasta era bem volumosa e Korolev pediu para levá-la consigo afim de estudar melhor o seu teor. Mas Stalin recusou: "Leia os papéis aqui!". Korolev levou um certo tempo para ler tudo. Eram informações da nossa espionagem sobre o interesse dos americanos pelos OVNIs e casos de avistamentos. "O que o Sr. acha disso? " – pergunta Stalin. "Penso que o problema é real. Mas eles não são uma ameaça para nós", responde Korolev. "Também penso assim", -- concorda Stalin. Korolev volta ao seu escritório e conta sobre o encontro aos seus colegas.

 

O disco caiu e quebrou-se

-- Por que os americanos começaram a se interessar tanto pelos OVNIs? Será que o Sr. acredita nas histórias de que eles, em 1947, realmente capturaram um disco avariado?

-- Geralmente, não acredito em histórias, -- Churinov volta a ficar sisudo. – Acredito em documentos e fatos. Ainda em 1942 o presidente Roosevelt recebeu um comunicado por escrito informando que em 25 de fevereiro nos céus de Los Angeles apareceram inúmeros objetos voadores. Os militares pensaram que eram aviões japoneses e abriram fogo. Mas, atiraram em que? Foram disparados 1430 obuses. Não acertaram ninguém. Os objetos, pela aparência e características técnicas, não pareciam aviões.

No memorável ano de 1947 aconteceu praticamente uma invasão! Naquele ano, a imprensa americana local publicou mais de 850 citações de aparições de OVNIs! Naturalmente, puseram a culpa na União Soviética. O caso chegou a tal ponto que o vice-consul soviético em Los Angeles foi obrigado a declarar que "A URSS respeita a soberania de todos os países e é impossível imaginar que ela utilizaria territórios de outras nações para manobras militares. A União Soviética possui um território mais do que suficiente para realizar suas experiências científicas".

No mesmo ano, num deserto do Estado de Nova Iorque acontece algo. Tropas cercaram a região e retiraram algo em caminhões. Uma curiosidade: trouxeram dois caminhões com gelo. Sabe-se até quem forneceu o gelo aos militares.

-- Mas gelo, para que?

-- Não sei. Mas sei que no gelo guardam-se cadáveres para que não deteriorem. Ou pode ser que usaram este gelo no "scotch". O Sr. compreende, aquilo era um deserto, havia calor, etc... Então, tudo foi cercado e os militares não deixaram ninguém passar. Nem o FBI. Esta organização ficou então extremamente preocupada. Às 18:17 horas de 08 de julho o escritório local do FBI enviou um teletipo "Urgente" ao seu diretor geral Edgard Hoover comunicando que o exército não deixa o FBI chegar até os "discos que caíram". Hoover irritado escreve: "... devemos insistir para obter total acesso disco capturado. Isso porque, no caso "Sw", por exemplo, o exército capturou-o e não permitiu que fizessemos nem um exame superficial."

Isto significa que além deste caso no deserto, houve um caso "Sw"!...

-- Fiquei sabendo que, após um determinado prazo, todos os documentos secretos dos EUA são divulgados. Isto deve acontecer também com a documentação dos OVNIs.

-- É verdade, mas alguns deles foram divulgados de maneira muito estranha. Nos arquivos americanos pode-se obter qualquer documento que deixou de ser secreto, pagando alguns cents pela cópia xerox. Possuo uma grande quantidade destes documentos referentes aos OVNIs, -- disse Churinov mostrando mais uma pasta. – Veja. Quase todos os documentos foram pixados pela censura!

Entretanto, alguns dos documentos não pixados são bem eloquentes. Por exemplo, o chefe do comando de abastecimento material e técnico, N. Twinning envia um relatório ao comandante da Força Aérea informando que: "existem objetos que possuem a forma aproximada de disco e dimensões parecidas às dos aviões feitos por humanos... Recomendamos que o Alto Comando da Força Aérea estabeleça uma ordem de prioridade e segredo do tema e também a sua codificação..."

E se, de repente, um disco cai na Rússia? E se, de repente, os russos descobrem antes os seus segredos e superam a América? A preocupação é justa. Em 30 de outubro o chefe do Departamento de Espionagem Aérea, general Schulgen, numa nota volumosa, preparada para o Serviço de Espionagem, especifica o que deve ser verificado ao espionar novas armas soviéticas: "tipos de materiais compostos de multicamadas com utilização de diversas ligas metálicas, metais laminados... Cúpulas que se projetam para fora... Tripés de apoio... Portas com propriedades incomuns... A unidade de força pode ser parte integrante do aparelho voador e, possivelmente, não será um elemento separado do aparelho". E muito, muito mais... Mas, que baboseira! De onde ele tirou a idéia de que os russos irão fabricar aparelhos de materiais compostos, sobre tripés, de metais laminados e "portas com propriedades incomuns"? Aliás, por ocasião da queda, os habitantes do deserto realmente encontravam na região da catástrofe certas folhas de metal, muito finas e tão resistentes que não conseguiam ser cortada com tesoura. Todas estas folhas foram confiscadas pelos militares... Este estranho documento com assinatura de Schulgen foi publicado em 29 de janeiro de 1985.

Em 30 de outubro de 1947, o sr. Truman, presidente dos EUA, escreve no seu diário: "Discutir com o Secretário de Estado ... intervenção militar no ataque do satélite. Devemos planejar uma resistência para isto?" -- A que satélite se referia Truman?

E quanto mais fundo cavamos – mais aparece. Naquela época, os EUA começam de repente a executar um gigantesco programa de defesa. Naquela ocasião, a URSS ainda não possui a bomba atômica. Além do mais, a questão sobre a ameaça da URSS aos EUA foi levantada pelo governo norte-americano somente no fim dos anos 50! Então, contra quem foi desenvolvido o programa de defesa militar em 1947?

Mais um detalhe estranho: Truman opina a favor da redução da produção de aviões! Numa entrevista ao correspondente do "New York Times" de 07 de abril de 1948 o presidente explica: "Estamos no limiar de grandes descobertas na aviação, que deixarão absolutamente inútil tudo o que foi inventado até agora nesta área". Parecia-lhe, naquele momento, que faltava muito pouco para isso... . Mas o "nó do conhecimento" revelou-se demasiado difícil e Truman não viveu o suficiente para vê-lo desatado...

... Aliás, até hoje os historiadores não explicaram aquelas palavras misteriosas do Truman. Como também as enigmáticas palavras do almirante das Marinha americana Richard Evelin Berd que, na mesma época, disse: "Se os EUA entrarem novamente numa guerra, precisarão lutar contra um inimigo cujos aparelhos voadores são capazes de superar enormes distâncias rapidamente e sem esforço".

 

Os jornais foram destruídos. As testemunhas estão vivas.

-- O Sr. disse que Hoover, em sua nota, cita um segundo acidente com disco? Onde aconteceu o outro?

-- Para ser mais preciso, aquele foi o primeiro. É o caso "Sw" como o batizou Hoover. Acredito que foi em Socorro-west, a leste da cidadezinha de Socorro, perto de uma mina de carvão abandonada. Aquele local também foi cercado pelo exército no começo do verão de 1947. Alguém lembrou da queda de um meteorito... Os ufólogos americanos, verificando esta versão, imaginaram que um acontecimento tão interessante como a queda de um meteorito não deixaria de ser citado pelos repórteres da época. Correram para a redação do jornal local "Socorro Sentinel". Chegando lá, não conseguiram encontrar nenhum número do jornal referente ao período de 10 de maio a 15 de junho de 1947. Continuaram as pesquisas e descobriram algo chocante – os jornais locais, referentes ao período de 31 de maio a 5 de julho, não existiam em nenhuma biblioteca dos EUA!

Então, os ufólogos começaram a procurar por testemunhas vivas. Encontraram. Naquela época estas pessoas ainda eram crianças. Tudo aconteceu na véspera de aniversário de uma das meninas que, por isso, lembrou da data – 31 de maio de 1947. As crianças estavam brincando perto da torre da caixa d'água e viram ao longe a queda silenciosa de uma brilhante bola de fogo. Com o susto, uma das meninas até engoliu uma moeda de ¼ de dólar que segurava entre os dentes. Dois dias após o avistamento, as mãos dos meninos sentados na torre metálica da caixa-d'água cobriram-se de bolhas como se fossem queimaduras.

 

ENCONTRO EM ÓRBITA

Correm inúmeros boatos de que os astronautas teriam visto OVNIs. Os repórteres sempre fazem este tipo de perguntas aos astronautas e sempre recebem uma resposta negativa. Por isso, trazemos aos leitores um trecho de conversa decodificada entre o Centro de Controle Espacial e os "Fotons", como era chamada a tripulação da estação "Saliut-6" – Soyuz T-4".

Isto aconteceu em 5 de maio de 1981 na volta n° 20.729. Na estação encontravam-se os astronautas Savinykh e Kovalenok.

"Foton" (Kovalenok):

"...às 17:58h (horário de Moscou) à distância de 150 – 200 km da estação... eu corria na esteira e olhava a Terra lá embaixo. De repente, através da escotilha vi uma esfera de cor vermelha brilhante seguindo quase perpendicularmente o vôo da estação. Em seguida, a esfera assumiu uma forma ligeiramente alongada com se fosse um melão. Em volta dela começou a se formar uma fina camada de névoa. Depois, houve uma explosão dupla com intervalo de meio segundo. Primeiro explodiu a parte dianteira, depois – a traseira.

A explosão aconteceu do seguinte modo: se uma gota começar a comprimir-se vai adquirir uma "cintura de vespa". A primeira parte – a "dianteira", que tinha na frente uma luz vermelha, começou a fica envolta em chamas. A parte traseira, mais escura (não me lembro da cor), havia uma cauda onde brilhava um tipo de chama autógena de cor vermelho azulada. Depois as chamas na parte dianteira cobriram a cintura... a queima durou 2 – 3 segundos. Aconteceu a explosão da parte dianteira com uma cor de chama de uma fogueira. Depois, houve a segunda explosão (da parte traseira).

Durante a observação do estranho objeto ligamos o contador de neutrons "Riabina". Ele registrou um aumento de intensidade de fluxo de neutrons duas vezes acima do normal. Enquanto isso, o fluxo de prótons e elétrons não aumentou. O crescimento e a queda da intensidade do fluxo de neutrons aconteceu numa curva suave."

O que mostram estes fatos? Em primeiro lugar que o fenômeno visto pelos nossos astronautas não foi uma explosão, pois uma explosão é caracterizada por um repentino aumento de partículas, seguido de seu lento decréscimo. Em segundo lugar, o evento não foi, provavelmente, um fenômeno natural porque nos processos naturais, quando acontece um aumento de fluxo de partículas, aumentam todas ao mesmo tempo – neutrons, prótons e elétrons. Neste caso houve uma irradiação somente de neutrons, que é característica de objetos artificiais.

 

CRÔNICAS EXTRA-OFICIAIS

Em 1966, o cidadão americano von Kevitsky, funcionário do Departamento de Informações da ONU apresentou ao Secretário Geral da ONU da época - U Thant, um relatório sobre a necessidade de uma pesquisa mundial sobre o problema dos OVNIs. Duas semanas após, por iniciativa da administração do presidente do EUA Lyndon Johnson, Kevitsky foi removido da ONU. Tarde demais. O informe de Kevitsky impressionou tanto U Thant que este declarou: "Acredito que depois da guerra do Vietnam o problema mais sério que a ONU tem a enfrentar é o dos OVNIs."

Dez anos mais tarde, o primeiro ministro de Granada Erik Geiry declarou na sessão da Assembléia Geral da ONU: "Eu mesmo vi um disco voador e fiquei chocado com isto". E propôs a criação de um comitê internacional aberto para o estudo do problema. Uma comissão política especial da ONU, após discutir o problema recomendou à Assembléia Geral propor a todos os países a união de esforços para estudar os discos. Mas Geiry não conseguiu levar adiante a sua idéia, porque houve um golpe militar em Granada que provocou uma mudança no poder. Os americanos acharam o governo de Granada ruim e invadiram a ilha com o seu exército. Só restou o telegrama do Departamento de Estado, que culpa a delegação dos EUA na ONU por se colocar contra a resolução proposta por Geiry.

Em 1974, o ministro das Forças Armadas da França, numa entrevista à TV francesa, confessou que no seu ministério, em 1954, foi criado um departamento para coletar testemunhos sobre os OVNIs. Lá foram reunidos relatórios de pilotos, da Guarda de fronteira e de investigações da polícia local... Aliás, a polícia francesa possui até instruções especiais para tomar corretamente depoimentos de testemunhas de avistamentos de OVNIs. Em 1970 foi reconhecido oficialmente que os OVNIs não oferecem qualquer perigo e, consequentemente, não são da competência de militares. Devem, portanto, ser estudados pelo Centro Nacional de Pesquisas Espaciais da França. Então, em 1979, na Mostra Internacional de tecnologia espacial e de aviação, em Burge, este Centro montou um "stand" dedicado aos OVNIs. Naquele mesmo ano a polícia federal do Brasil conseguiu filmar misteriosos objetos com um filme de raios infravermelhos.

 

MATERIAIS DO "PACOTE AZUL"

"AQUILO DUROU DUAS HORAS!"

Kapustin Iar, 28 de julho de 1989

(foram mantidos a ortografia e a pontuação original)

"Eu, sargento V. N. Volochin, informo que às 23:20h de 28 de julho estava no plantão de rádio, quando recebi a informação do plantonista do centro telegráfico, capitão A. B. Tchernikov de que sobre a Divisão militar (pixado pela censura militar) há mais de uma hora está pairando um objeto não identificado, que ele chamou de "disco voador"... Pelo relato de Tchernikov, este objeto também foi visto do prédio do PDRT. Após o diálogo, telefonei ao capitão Savartsev, que confirmou a informação recebida e propôs que eu subisse mais alto para ver o objeto. Perto das 23:30 h saí do recinto acompanhado do soldado D. N. Tischaev e subi no primeiro patamar da torre da antena, com 6 metros de altura. O soldado Tischaev subiu comigo. Assim que chegamos no alto chamei a atenção do soldado para um objeto que vinha voando silenciosamente em nossa direção proveniente do setor (pixado pela censura militar). Tischaev confirmou estar vendo o objeto. No céu noturno via-se nitidamente uma forte luz intermitente que lembrava flash fotográfico. O objeto passou voando sobre os alojamentos em direção aos depósitos de mísseis (a uns 300 metros do nosso local de observação). Chegando aos depósitos, o objeto parou no ar e baixou até uma altura de 20 metros. No céu noturno via-se a sua silhueta e toda a sua estrutura emitia uma fosforescência esverdeada. O objeto era um disco com uma semi-esfera na parte superior. Seu diâmetro era de, aproximadamente, 4 –5 metros. Assim que o objeto desceu sobre os depósitos de mísseis, a luz intermitente parou e do mesmo lugar surgiu um raio de um grande intensidade que varreu o local em volta... O movimento do raio durou alguns segundos após o que desapareceu, voltando a piscar a luz intermitente. Então, o objeto afastou-se em direção ao povoado... Depois, o objeto voltou novamente aos depósitos de mísseis e ficou suspenso sobre eles a uma altura maior (cerca de 60 – 70 metros). Neste momento, o objeto também foi observado pelo 1° turno da sentinela junto com seu comandante. Às 01:30h o objeto voou em direção à cidade de Akhtubinsk e desapareceu de vista. A intermitência da sua luz não era periódica e parecia estar fotografando. O deslocamento do objeto também não era uniforme: às vezes deslocamentos rápidos laterais ou verticais, às vezes movimentos suaves e com paradas. Tudo isso foi observado por mim durante exatamente 2 horas: das 23:30 h às 01:30 h.

Plantonista de rádio, sargento Voloshin. 31/07/89

"Eu, Tischaev D.N. observei o objeto não identificado das 23:30 h de 28/07/89 até 01:30 h de 29/07/89. O plantonista de rádio, sargento Voloshin, dirigiu-se a mim dizendo que lhe telefonaram perguntando sobre algo que voava sobre nós. Saímos para ver. Inicialmente nada vimos e já nos preparávamos para voltar quando percebemos algo voando sobre os alojamentos e piscando constantemente. Inicialmente, pensei que era um helicóptero, mas helicópteros são barulhentos e se ouvem de longe. Este objeto estava perto e voava baixo sem um único ruído. Então ele parou no ar sobre os depósitos e começou a perscrutar o chão... Assim, este objeto ficou voando por 2 horas dos depósitos até os alojamentos e de volta. Mas o mais importante é que não fazia nenhum barulho.

Num certo momento ele iluminou-se com algo parecido com uma lâmpada, como uma bolha cercada de pequenas luzes.

Soldado Tichaev D.N."

"Na noite de 28 para 29 de julho eu estava de plantão. Ao encaminhar-me para o prédio da manutenção vi o primeiro tenente Klimenko. Ele vinha apressado dos alojamentos e olhava para a direita como se procurasse enxergar algo. Quando chegou perto do depósito de diesel, chamou-me dizendo que lá havia um disco voador. Eu, é claro, fiquei surpreso. Mas quando subimos no depósito, vi um objeto desconhecido e luminoso se deslocando para longe, isto é, para o sul. Olhando bem, ele tinha a forma de um charuto. Depois disso, corremos até o prédio da manutenção sem perder o objeto de vista. O mais interessante foi quando o objeto arremeteu contra nós. Deu pra sentir fisicamente a sua aproximação porque vinha com enorme velocidade. De repente, o objeto estancou e voou novamente em direção sul. Ficou por muito tempo voando do sul para sudeste e de volta. Mais tarde apareceram outros objetos idênticos e parecidos com o primeiro que voavam um por cima do outro.

Soldado Kulik."

'' ... chegou correndo o primeiro tenente Klimenko dizendo que no céu está voando um "disco" e começou a telefonar para alguém. Eu corri para fora e vi... eles lembravam alguma coisa parecida com charuto ou, se pode-se dizer assim, um ovo meio amassado... Eles voavam assim até que apareceu mais um, o terceiro...

Soldado Litvinov"

Às 22:12 h de 28 de maio, eu O.A. Klimenko observei um objeto voador no setor do "LDRT". O objeto voava a baixa altura (cerca de 20 – 30 metros) do chão. A sua velocidade era equivalente ao meu andar... O objeto emitia luzes parecidos com flashes fotográficos ou de solda elétrica... da terra começou a elevar-se uma esfera de uma luz branca e ofuscante... Em seguida, o objeto prosseguiu sem mudar a sua altura do vôo na direção da aldeia "Pologoie Zaimische"...

Primeiro tenente Klimenko"

" ...na sala de rádio entrou o chefe de plantão primeiro tenente Klimenko e disse que na rua estava voando um "disco voador". Corri rapidamente para fora e fui para trás do prédio da manutenção onde encontrei Levin e Kulik. E eles me mostraram... o objeto voava à baixa velocidade e piscava de forma não intermitente. Nos momentos em que a luz piscava forte o objeto parecia aumentar de velocidade... ele movia-se aos trancos. Às vezes ele estancava de repente no lugar, começava a piscar muito rapidamente com uma luz azul. Mas, às vezes ele iluminava-se com luz vermelha e voava sem piscar. Após alguns minutos aproximaram-se de nós Chapkin e Litvinov enquanto o chefe de plantão foi telefonar ao quartel-general... Às vezes surgia outro objeto... Depois, o chefe de plantão voltou dizendo que na região não estavam sendo realizadas manobras de treinamento, que no quartel-general estão decidindo o que fazer e que já puseram no ar uma esquadrilha de caças. Após mais alguns minutos ouvimos um avião... ele voava como se não percebesse o objeto, mas depois começou a manobrar, desceu e começou a perseguição ao objeto. No início eles voavam à mesma velocidade, mas repentinamente o objeto ganhou velocidade e se afastou rapidamente do avião...

"Soldado Bachev"

Tema preparado por Aleksandr Nikonov

Revista "Ogoniok" N° 15 13 de abril de 1998

Retornar ao Menu